sexta-feira, 23 de abril de 2010

IMPOSIÇÃO DAS MÃOS


No Novo Testamento encontramos Jesus e os apóstolos, em várias ocasiões, impondo as mãos sobre as pessoas para abençoá-las e curar as enfermidades. Selecionei as passagens tanto dos Evangelhos como das Epístolas onde é mencionada a prática desse ato, e podemos ver quão diferente era do que acontece hoje.

Imposição das mãos para curar alguém:

“... e lhe rogava com instância, dizendo: Minha filhinha está nas últimas; rogo-te que venhas e lhe imponhas as mãos para que sare e viva”. (Marcos 5:23).
“Jesus, pois, tomou o cego pela mão, e o levou para fora da aldeia; e cuspindo-lhe nos olhos, e impondo-lhe as mãos, perguntou-lhe: Vês alguma coisa?” (Marcos 8:23).
“Então tornou a pôr-lhe as mãos sobre os olhos; e ele, olhando atentamente, ficou restabelecido, pois já via nitidamente todas as coisas”. (Marcos 8:25).
“... pegarão em serpentes; e se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará dano algum; e porão as mãos sobre os enfermos, e estes serão curados”. (Marcos 16:18).
“Ao pôr do sol, todos os que tinham enfermos de várias doenças lhos traziam; e ele punha as mãos sobre cada um deles e os curava”. (Lucas 4:40).
“Partiu Ananias e entrou na casa e, impondo-lhe as mãos, disse: Irmão Saulo, o Senhor Jesus, que te apareceu no caminho por onde vinhas, enviou-me para que tornes a ver e sejas cheio do Espírito Santo”. (Atos 9:17).
“Aconteceu estar de cama, enfermo de febre e disenteria, o pai de Públio; Paulo foi visitá-lo, e havendo orado, impôs-lhe as mãos, e o curou”. (Atos 28:8).

Imposição das mãos para abençoar crianças:

“Então lhe trouxeram algumas crianças para que lhes impusesse as mãos, e orasse; mas os discípulos os repreenderam... E, depois de lhes impor as mãos, partiu dali”. (Mateus 19:13 e 15).
“E, tomando-as nos seus braços, as abençoou, pondo as mãos sobre elas”. (Marcos 10:16).

Imposição das mãos para alguém receber o Espírito Santo:

“Então lhes impuseram as mãos, e eles receberam o Espírito Santo”. (Atos 8:17).
“Havendo-lhes Paulo imposto as mãos, veio sobre eles o Espírito Santo, e falavam em línguas e profetizavam”. (Atos 19:6).
“Quando Simão viu que pela imposição das mãos dos apóstolos se dava o Espírito Santo, ofereceu-lhes dinheiro, dizendo: Dai-me também a mim esse poder, para que aquele sobre quem eu impuser as mãos, receba o Espírito Santo”. (Atos 8:18,19).

Imposição das mãos quando alguém era enviado para uma missão especial:

“Enquanto eles ministravam perante o Senhor e jejuavam, disse o Espírito Santo: Separai-me a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado. Então, depois que jejuaram, oraram e lhes impuseram as mãos, os despediram”. (Atos 13: 2,3).

Imposição das mãos para alguém receber um dom de Deus:

“Não negligencies o dom que há em ti, o qual te foi dado por profecia, com a imposição das mãos do presbítero”. (1 Timóteo 4:14).
“Por esta razão te lembro que despertes o dom de Deus, que há em ti pela imposição das minhas mãos”. (2 Timóteo 1:6).

Imposição das mãos sobre pessoas escolhidas para um trabalho específico:

“O parecer agradou a todos, e elegeram a Estevão, homem cheio de fé e do Espírito Santo, Filipe, Prócoro, Nicanor, Timão, Pármenas, e Nicolau, prosélito de Antioquia, e os apresentaram perante os apóstolos; estes, tendo orado, lhes impuseram as mãos”. (Atos 6:5 e 6).

Considerando os textos sagrados, acima, entendemos que:
A imposição das mãos para: curar os enfermos, alguém receber o Espírito Santo, ser abençoado quando escolhido para um trabalho da igreja, ser abençoado quando enviado para uma missão de evangelismo, receber um dom de Deus, era, em si, um dom especial dado por Deus. E, sendo assim, quem recebia esse dom não o exercia parcialmente. No entanto, não encontramos nem nos Evangelhos, nem nas Epístolas, qualquer exemplo, ou citação, de que um sacerdote, ou apóstolo, ou diácono, tenha imposto as mãos sobre um casal em cerimônia matrimonial. Nem mesmo Jesus, nas bodas de Caná, teve uma participação ativa na realização do casamento. Se impor as mãos sobre os nubentes fosse algo que devesse ser praticado por um guia religioso, quem seria mais indicado para fazer isso senão Jesus? No entanto ele não o fez. Nem se tem notícia de que algum apóstolo ou sacerdote tenha praticado tal coisa. O que se nota, hoje, entre os ministros das diversas denominações, é a convicção, talvez até sincera, de que têm o poder, com exclusividade, de impor as mãos sobre as cabeças de casais e efetivar o enlace matrimonial; poder, no entanto, limitado, estendendo-se apenas até ao batismo de novos conversos e ordenação de pastores. Mas, fica a pergunta crucial: se eles têm esse dom, deve ter sido dado por Deus, ou então não tem nenhum valor; e se foi dado por Deus, por que não o exerce como os apóstolos – para curar enfermos e para que o crente receba o Espírito Santo?